segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Inland Crusing

«Em Inland Crusing», narra-se o mundo pelos olhos de alguém que se encontra química e emocionalmente alterado. A imagem que melhor o define encontra-se num dos muitos momentos alucinantes do Fear and Loathing in Las Vegas, do Terry Gilliam: as caras distorcidas, os olhares estranhos, a lentidão das pessoas à nossa volta... a progressão da música acompanha esta ideia: o ambiente semi-dançável do início antecipa uma explosão sonora radiante e, ao mesmo tempo, incómoda: como um dançarino que, a meio de um passo difícil, tropeça no próprio pé; porém, na atrapalhação, acaba por terminar o acto, impávido (mas pouco sereno).

É fácil justificarmos uma suposta distorção da realidade pelo uso de estupefacientes (ou, no caso particular deste tema, álcool – muito álcool...). Menos fácil é aceitar que esta estranheza nos mostre quão cru e estranho é o mundo, por vezes. Ou como diz a canção: «A mean machine [that] spreads feathers breathing red»....

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